Não, desta vez não se trata de uma crítica ao nome escolhido: apesar de Herta Müller manter a linha de "compensação com o passado" (ou, em bom português, "coitadismo") que a Academia tem adotado, na esteira da outra academia, aquela com letra minúscula, não vou ser desonesto ao comentar sobre alguém de quem, até ontem, desconhecia a própria existência.
Mais que crítica, é uma decepção com as últimas escolhas em geral: por que abandonaram a poesia? Tive que procurar na listagem dos anteriores: o último poeta laureado (no caso uma poetisa) foi Wisława Szymborska no já distante 1996, seguindo ao mais conhecido Seamus Heaney no ano anterior.
Enquanto volto a trabalhar sutilmente com Dante, me pergunto se não estamos realmente descendo às profundezas do prosaico...
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